Bom, sei que o assunto é polêmico. Tudo que não é unanimidade e lida com vidas e esperanças é sempre passível de opiniões das mais diversas. Não venho aqui trazer o que é certo ou errado em debate. Apenas revelar a dificuldade que nós, pais de crianças portadoras com necessidades especiais, temos em discernir o que buscar e o que não buscar, em termos de tratamentos, para trazer mais “independência” ao dia a dia dos nossos filhos.
A busca de Mainardi por “soluções” miraculosas para o desenvolvimento de Tito não é diferente da nossa, pais de Matias, nem tampouco de dezenas de pais que temos acompanhado via blog. Às vezes nos chamam de “ansiosos demais”, quando tentamos “investigar” um novo tratamento, aparelho ou exercício. Normal. Entendo quando nos chamam assim. E sei que quem chama entende também.
Em meio a essa busca, há vários meses o tema
células-tronco entrou em pauta nas conversas minha e de Paulinha. Olhando
informações, na Internet, das poucas clínicas que fazem a inserção de
células-tronco, a impressão que se dá é que o “remédio” para fazer Matias andar
é exatamente esse. Depoimentos de “sucesso”, em vídeo, atestam a “eficácia” do
programa.
Caramba!
Então por que não tentar isso? Nos perguntamos. R$ 60 a 80 mil para fazer a
aplicação de células-tronco? Damos um jeito de conseguir a grana. China ou
Alemanha? Pow, minha irmã mora em Berlin, isso facilitaria...Site de uma das empresas que fazem tratamento com células-tronco |
Na página 141, do livro, Mainardi escreve: No início dos anos 2000, na China, na Rússia, na Costa Rica, na República Dominicana, na Turquia e em Chipre surgiram consultórios médicos anunciando a cura da paralisia cerebral com células-tronco provenientes da pele, da medula espinhal, do sangue, da gordura, do tecido animal, da placenta e de fetos abordados. Em 2010, dez anos depois do nascimento de Tito, um documento publicado em The Scientist alertou contra os riscos do “turismo das células-tronco”. De acordo com os autores do documento, os portadores de paralisia cerebral que peregrinavam a esses consultórios médicos em busca de um remédio milagroso expunham-se a tratamentos “desprovidos de provas científicas, de regras e potencialmente perigosos”.
Pensamos... cura milagrosa para paralisia cerebral é, no
mínimo, passível de um prêmio Nobel de medicina. Mais ainda, como não houve uma
enxurrada de clínicas sendo abertas em todo Planeta, sobretudo nos Estados
Unidos? O que é comprovadamente eficaz, cientificamente, deixa de ser polêmico,
né verdade? Achar que há “aproveitadores” do desespero de pais, em busca de
tratamentos que melhorem a vida de seus filhos especiais, é impossível? Não se
você acompanha na imprensa, diariamente, os absurdos que se estão cometendo
contra a raça humana, vindo dela própria, em todo mundo.
Tito e Diogo Mainardi |
Tenho amigos cuja filha com paralisia cerebral vai completar 16 anos. Há cerca de 5 anos eles passaram por essa fase de pensar em fazer o tratamento com células tronco. Pesquisaram bastante. Oraram a respeito. Uniram mente e fé. Chegaram à conclusão de que, pelo menos agora, não vale a pena. Estavam com toda a viagem marcada para os EUA, para iniciarem um tratamento experimental. Cancelaram tudo. Não se arrependem. A filha continua com limitações, mas é uma menina saudável e feliz. Em sua cadeira de rodas, participa de desfiles de moda. Sim, é modelo! Está no 2o. grau e é aluna excelente. Tem vários amigos, é uma menina cheia de vida. Eles continuam acompanhando as pesquisas médicas. Se chegar o dia em que for comprovado que funciona, eles tentarão. Até lá, continuam fazendo o máximo possível, mas sem colocar a filha em risco.
ResponderExcluiresse assunto tb vem me tomado o sono... um medo de talvez não estar tentando tudo o que fosse possível pelo meu filhote... enfim, cheguei até a perguntar para a Paula se tinham tentado e assim como vcs resolvi aguardar mais um pouco.
ResponderExcluirsigo sempre o matias por aqui e fico feliz com os avanços dele. tenho esperança enorme do miguel evoluir bem assim ^^
fiquem com deus!